domingo, 18 de março de 2007

Sobre a existência

Neste momento, madrugada do domingo, após um sábado comum em que apenas toquei guitarra e violão, escutei boa música e dormi de forma satisfatória, vem-me à cabeça certas indagações e uma vontade imensa de falar sobre o ato de existir e mostrar que a vida tem sim um sentido, ainda que a filosofia venha a negá-lo, já que esta busca um sentido máximo, uma causa e uma finalidade que justifique a existência de todas as coisas, inclusive do ser humano. Sempre fui um individualista muito "ista", diria que hoje sou mais moderado, ainda que eu faça abordagens racionalizadas e pseudo-imparciais, estou em busca de novas sensações, contrariando todos os preceitos da racionalidade pura: atingir um nível tal de autosuficiência em que sentir não mais será necessário. Sempre fui tomado por insensível, arrogante, mesquinho, prepotente e hipócrita, ainda que as pessoas que me falaram isso viessem a demonstrar certa inveja... acredito que resultante da própria insatisfação existencial do homem. Pois bem, graças a essa mesma insatisfação é que procuro, tardiamente e talvez inutilmente, reverter essa situação. Ainda que eu goste da melancolia, ainda que eu aprecie meus momentos de solidão, não posso deixar de dizer que sou um admirador do conhecimento, seja ele empírico, filosófico, científico ou até mesmo teológico, quero dar um basta no autoconhecimento, já pratiquei e pratico-o até demais. Agora quero o conhecimento empírico, caótico e desorganizado como deve ser! Chega de ciência, chega de filosofia, chega de teologia, já tenho o alicerce para uma vida (Talvez esse comentário seja arrogante e prepotente), chegando inclusive a reflexões últimas, como a morte. Mas aí, entra a primeira indagação que eu disse que faria neste texto, e considero cômodo dizer o que eu pensava antes:

Viver é inútil, de que adianta tudo que construimos, tudo que aprendemos, tudo que fazemos, se no final, nada disso nos pertence de fato? Se no final, tudo isso fica, e nós vamos? Nota-se que a relação de pertinência, ao contrário do que um pensamento mais simplista e menos intrínseco filosoficamente poderia revelar, é que na realidade, nada nos pertence, somos nós que pertecemos aos objetos, e é por isso que nada nos fica, nada se leva dessa vida, a não ser o conhecimento.

Pois bem, o pequeno parágrafo acima é uma boa síntese do que eu pensava anteriormente, perceba: nada falo a respeito do até então pouco conhecido e ainda misterioso mundo das sensações, seja pela experimentação ou pela abstração pura. E sem mais enrolações, posso dizer de maneira satisfatória agora: a vida tem sentido, mas que se dane a filosofia, eu não preciso dela pra dar um sentido à vida e ter uma inegável concordância de que A VIDA NÃO TEM SENTIDO SEM A FELICIDADE.

E faz-se necessário para uma finalização mais sinestésica deste texto:

Sim, eles estavam certos
É possível a relação de pertinência em que o amor seja o possuído, quando ele transcende as leis da física e duas pessoas ficam juntas, reunidas numa pessoa só. Posso não levar os bens materiais, mas os intangíveis, ninguém será capaz de me tomar, não preciso de permissão e nem sou capaz de me proibir, no máximo inibir, mas essa, assim como a morte, é uma briga que sempre vou perder.

All you need is love... E eu continuarei a procurar, a esperar.

quinta-feira, 8 de março de 2007

Sentir é descontrolar-se

Vive-se na ilusão de que somos capazes de nos controlar.
Se eu fosse capaz de fazê-lo, não deixaria transparecer o que sinto. E basta um momento de descontrole para que isso ocorra. Racionalidade e impulso, quem controla quem? Muitos me criticam por ser racional e individualista, e dizem que sou insensível, mas eu lamento por eles, não sabem o que estão falando. Ainda que alguns descontroles sejam bem legais (que comentário mais hedonista)... Sentir é descontrolar-se.

Como somos primitivos...